Lembrar Aristides de Sousa Mendes, “seguir a voz da consciência” – Caxinas Tv

A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga associa-se à comemoração do Dia da Consciência – que se celebra anualmente a 17 de junho em homenagem a Aristides de Sousa Mendes – através de uma mensagem que assinala a importância de, tal como fez o cônsul de Portugal em Bordéus no século passado, “seguir a voz da consciência” e assim contribuir, no tempo presente, para “salvar vidas”.

Aristides de Sousa Mendes “começou, nesse dia [17 de junho], em 1940, a salvar a vida de dezenas de milhares de pessoas que pretendiam escapar às tropas nazis que tinham invadido a França”, sobretudo judeus, lembra a Comissão na sua nota, divulgada esta quarta-feira, 12 de junho.

“O Dia da Consciência começou a ser assinalado em 2020, estimulado pelo Papa Francisco, que considerou que o patrono deveria ser Aristides de Sousa Mendes por, justamente, ter decidido ‘seguir a voz da consciência’ e salvado ‘a vida de milhares de judeus e outros perseguidos’. O Papa Francisco aproveitou o exemplo do cônsul de Portugal em Bordéus para instar a ‘que a liberdade de consciência possa ser respeitada sempre e em todo o lugar e que cada cristão possa dar exemplo de coerência, com uma consciência recta e iluminada pela Palavra de Deus’, acrescenta o texto.

Recordando “outros portugueses que, nesses anos de terror, também escutaram a voz da consciência sem medo”, como os diplomatas Carlos Sampaio Garrido e Alberto Teixeira Branquinho ou o padre Joaquim Carreira, a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga sublinha que atualmente “outros homens e mulheres há, em múltiplos cantos do planeta, a seguir os exemplos dos que, em tempos mais sombrios, se comprometeram a salvar vidas”.

Os desafios, em 2024, são diferentes dos que se colocaram a Aristides de Sousa Mendes, “neste nosso mundo atormentado pela crise climática, pela pobreza e pela miséria, por conflitos e por guerras, que tantas migrações forçam; desassossegado pela possibilidade de uma intensificação bélica, culminando no uso de armas nucleares; receoso quanto às consequências nefastas de possíveis desenvolvimentos da Inteligência Artificial”, afirma a Comissão.

E para lidar com eles, “nem sempre é necessária muita coragem”, como aquela que precisou de ter o cônsul português, defende o organismo católico na sua mensagem. “Basta, tantas vezes, que a consciência dite a cada um que, indo contra a corrente, interrompa os ciclos que fomentam o ódio, razão primeira de tantas vidas destroçadas”, conclui.

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