Bloco de Esquerda celebra as conquistas da comunidade LGBTQIA+ – Caxinas Tv

Empenhado na construção de um concelho mais inclusivo, empático e sem estigmas, o Bloco de Esquerda (BE) organizou a conversa “Orgulho contra Preconceito”. Os residentes da Póvoa de Varzim tiveram a oportunidade de ouvir testemunhos de pessoas LGBTQIA+ e ativistas e colocar questões relacionadas com identidade de género e orientação sexual. O evento reuniu Ana Brito Jorge, da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género (AMPLOS), Allan Barbosa, da Queer Tropical, Ezra Ribeiro Santos, do coletivo A Traça, e Duarte Santos, da Marcha do Orgulho do Porto (MOP), com moderação de Luís Miguel Sandão e Filipa Alexandre, do BE.

Ana Brito Jorge reforçou a importância de pais e mães de pessoas LGBTQIA+ se unirem e constituírem uma força cívica na luta pela desconstrução de estereótipos e por uma sociedade igualitária, não somente na lei, mas nas ruas, nos locais públicos, no acesso à habitação, ao trabalho e à saúde.

Allan Barbosa sublinhou que pessoas imigrantes e LGBTQIA+ estão no centro dos ataques dos partidos e movimentos da extrema-direita difundindo a “ideia falsa da defesa da família e das crianças com fins puramente eleitorais”. Por outro lado, para o ativista brasileiro, o Bloco de Esquerda tem sido um agente político de destaque na Assembleia da República desde o seu surgimento, há 25 anos, reforçando a luta por direitos iguais em Portugal.

Ezra Ribeiro Santos e Duarte Santos abordaram as estratégias de marketing que várias marcas de cosméticos, higiene pessoal ou roupa apresentam em junho, o mês do Orgulho LGBTQIA+, apresentando-se como aliadas da comunidade. No entanto, para os ativistas, o que realmente importa são as políticas de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho dessas empresas e não as campanhas publicitárias que levam a cabo durante um mês procurando, acima de tudo, benefícios económicos atraindo clientes LGBTQIA+ exibindo produtos com a bandeira da causa.

Todos os participantes relembraram que, todos os anos, as diferentes vozes dentro da comunidade têm o direito de serem ouvidas e que a diversidade deve ser comemorada. Por isso, as Marchas do Orgulho continuam a ser fundamentais. Muito mais do que eventos festivos, as Marchas do Orgulho visibilizam, celebram, fortalecem a comunidade e homenageiam quem lutou pela igualdade de direitos. A do Porto é já no sábado e apelamos à participação. 

Durante a conversa organizada pelo BE, foi relembrada a origem do Dia do Orgulho LGBTQIA+. A 28 de junho de 1969 aconteceram os Motins de Stonewall. Naquela madrugada, polícias à paisana fizeram uma rusga no Stonewall Inn, um bar em Nova Iorque frequentado maioritariamente pela comunidade LGBTQIA+, levando sob custódia “doentes mentais” — a forma discriminatória como a Associação Americana de Psicanálise descrevia pessoas gays, lésbicas e trans. Um grupo resistiu às detenções, somaram-se pessoas à medida que as horas foram passando e a mobilização e resistência duraram cinco dias.

Um ano após este episódio, dezenas de pessoas caminharam quatro quilómetros, desde o Stonewall Inn até ao Central Parque, naquela que é considerada a primeira marcha do orgulho LGBT.

Por fim, apelamos mais uma vez ao município, que no dia 28 de junho, dia internacional do orgulho, seja hasteada a bandeira arco-íris, nos Paços do Concelho, simbolicamente, no próximo dia 28 de junho, como a adesão à Rede de Cidades Arco-Íris. 

“Orgulho contra Preconceito” aconteceu na terça-feira, 25 de junho, no Posto de Turismo.

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