Celebração decorre hoje na Basílica de São Pedro
O Papa vai entregar hoje, no Vaticano, a bula de proclamação do Jubileu 2025, durante uma celebração de oração, na solenidade litúrgica da Ascensão do Senhor.
A cerimónia tem início marcado para as 17h30 locais (menos uma em Lisboa), incluindo a entrega e leitura do documento, intitulado ‘Spes non confundit’, que anuncia solenemente o início e fim das celebrações do próximo Ano Santo, 27.º jubileu ordinário da história da Igreja.
“Hoje, na solenidade da Ascensão do Senhor, diante da Porta Santa da Basílica de São Pedro, na presença da Igreja peregrina de Roma, entrego aos arciprestes das Basílicas Papais, a alguns representantes da Igreja no mundo inteiro e aos protonotários apostólicos a Bula ‘Spes non confundit’, que anuncia o Jubileu do ano 2025, para que seja lida”, refere a oração inicial das Vésperas, divulgada pelo Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.
O título da bula vem de uma passagem da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm, 5,5): “A esperança não desilude, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi concedido”.
Segundo a tradição, cada Jubileu é proclamado através da publicação de uma bula papal, documento oficial, geralmente escrito em latim, com o selo do Papa, cuja forma dá o nome ao documento.
Francisco proclamou o jubileu extraordinário da misericórdia (2015-2016) com a Bula ‘Misericordiae vultus’ (O Rosto da Misericórdia).
A porta santa vai ser aberta no próximo mês de dezembro.
O Jubileu 2025 coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e terá uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
A 8 de janeiro, na audiência de apresentação de cumprimentos de ano novo, pelos membros do corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé, o Papa explicou que “na tradição judaico-cristã, o jubileu é um tempo de graça para experimentar a misericórdia de Deus e o dom da sua paz”.
“Talvez hoje, mais do que nunca, tenhamos necessidade do ano jubilar. Perante tantos sofrimentos que provocam desespero não só nas pessoas diretamente atingidas, mas em todas as nossas sociedades; frente aos nossos jovens, que, em vez de sonhar um futuro melhor, com frequência se sentem impotentes e frustrados; e face à obscuridade deste mundo que, em vez de se afastar, parece crescer, o jubileu é o anúncio de que Deus nunca abandona o seu povo e mantém sempre abertas as portas do seu Reino”, precisou.
OC
Ao longo da história da Igreja, foram vários os anos jubilares, cuja lista se apresenta em seguida, com referência aos Papas que o convocaram e presidiram
1300: Bonifácio VIII
1350: Clemente VI
1390: Proclamado por Urbano VI, presidido por Bonifácio IX
1400: Bonifácio IX
1423: Martinho V
1450: Nicolau V
1475: Proclamado por Paulo II, presidido por Sisto IV
1500: Alexandre VI
1525: Clemente VII
1550: Proclamado por Paulo III, presidido por Júlio III
1575: Gregório XIII
1600: Clemente VIII
1625: Urbano VIII
1650: Inocêncio X
1675: Clemente X
1700: Aberto por Inocêncio XII, encerrado por Clemente XI
1725: Bento XIII
1750: Bento XIV
1775: Proclamado por Clemente XIV, presidido por Pio VI
1825: Leão XII
1875: Pio IX
1900: Leão XIII
1925: Pio XI
1933: Pio XI
1950: Pio XII
1975: Paulo VI
1983: João Paulo II
2000: João Paulo II
2016: Francisco
2025: Francisco